Quantos celulares, smartphones, mouses ou computadores você já teve que substituir: Dois? Três? Quatro? Provavelmente foi mais de um e você o trocou porque este aparelho apresentou algum defeito grave, ou não atendia mais à sua necessidade! Mas, o que você fez com o eletrônico antigo?
Por falta de conhecimento ou de informação, muitas pessoas ainda não sabem o que fazer com o smartphone, computador, mouse ou qualquer outro item eletrônico que não serve mais para elas.
Elas simplesmente descartam esse eletrônico no lixo, o que, naturalmente, não é a melhor opção. Ou seja, você pode até ter um eletrônico que não funciona mais, mas isso não significa que ele é um lixo, nem deve ser descartado como um.
Entenda então porque o eletrônico que você pretende descartar não deve ser considerado lixo. Entenda também qual deve ser o correto destino deste item.
Em pleno século XXI vivemos um mundo cada dia mais digitalizado e tecnológico, com a tecnologia e os dispositivos eletrônicos se renovando ano após ano. Com isso, a necessidade de atualização eletrônica é constante.
Como consequência vemos que é cada dia mais comum termos algum equipamento elétrico ou eletrônico que pifou, um smartphone que ficou lento demais ou um monitor que deixou de funcionar e precisou ser substituído. O resultado disso tudo? Uma imensa geração de “lixo eletrônico”!
Para termos uma ideia, a quantidade de resíduos eletrônicos descartados no mundo chegará a 74 milhões de toneladas por ano até 2030, segundo o relatório The Global E-waste Monitor 2020, da Organização das Nações Unidas (ONU).
Mas não precisamos ir muito longe. O planeta já sofre com o excesso de resíduos eletrônicos (REE) atualmente. Em 2021, por exemplo, estima-se que já foram geradas 57 milhões de toneladas de eletrônicos descartados.
O Brasil participa desse montante tendo gerado aproximadamente 2 milhões de toneladas de REE/ano, mas estima-se que menos de 3% deste volume seja reciclado por meios formais e documentados no país, ou seja, ainda é muito pouco!
Essa é a prova de que ainda há grande desconhecimento ou falta de informação da população em geral sobre o que fazer com o eletrônico que não funciona mais. Jogar no lixo? Entregar para o serviço de reciclagem comum? Deixar na gaveta (no caso de dispositivos pequenos)?
De fato, essa é uma dúvida muito comum, mas uma coisa é certa: seu eletrônico pode até não funcionar mais, mas isso não significa que ele não tenha mais utilidade, muito menos que possa ser tratado como um lixo comum!
Conforme comentamos, todo eletrônico que não funciona mais não deveria ser tratado como lixo dito comum, não devendo ser descartado em nenhuma hipótese como restos de comida ou demais rejeitos. O descarte na coleta seletiva de recicláveis também não seria a solução 100% correta. Mas então, como proceder neste caso?
Primeiramente devemos entender que o que conhecemos como lixo eletrônico, são oficialmente chamados de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE), que englobam os mais variados tipos de equipamentos elétricos ou eletrônicos que são descartados ao atingir o fim de sua utilidade, tais como geladeiras, máquinas de lavar, microondas, smartphones e computadores.
A grande preocupação com o descarte de REEE são algumas das substâncias presentes nesses eletrônicos, tais como cádmio, lítio, gás CFC, óleos, dentre outras, que podem ocasionar grandes danos ao meio ambiente e à saúde.
Um exemplo são as baterias que podem possuir elementos como chumbo, cobre, estanho, ferro, prata, mercúrio, dentre tantos outros. Quando jogadas no lixo e enviadas a aterros sanitários, elas podem causar danos significativos ao meio ambiente e às pessoas que trabalham nestes ambientes.
A grande questão é que estes impactos negativos são gerados devido ao manuseio e a disposição inadequada destes equipamentos. Logo, devemos conscientizar a população, as empresas e governantes, para promover o descarte correto dos eletroeletrônicos, para que estes danos sejam evitados.
Sendo assim, há basicamente duas formas simples para que o consumidor descarte aquele eletrônico que não lhe serve mais:
Assim, vale a pena entrar em contato com os canais do fabricante ou procurar pontos de coleta da empresa em shoppings, supermercados e demais pontos. Basta fazer uma breve pesquisa na internet e encontrar um posto mais perto de você.
Como vimos, a grande maioria das pessoas ainda desconhece qual a forma de destinar seu eletrônico que não funciona mais, descartando este item de forma incorreta na maioria das vezes.
Mas, dentro de uma cadeia de responsabilidades compartilhadas, todos têm o seu papel, desde o consumidor até fabricantes, comerciantes e importadores.
Cabe aos comerciantes e distribuidores, divulgar estas informações, comunicar com o consumidor o instruindo sobre como fazer a sua parte de forma correta. Enquanto que aos fabricantes e importadores, recai a responsabilidade de assegurar a destinação ambientalmente adequada dos produtos devolvidos pelos consumidores.
Por fim, cabe então aos consumidores iniciarem este movimento e levar seus produtos até os pontos de coleta disponibilizados pelas empresas.
Dentro deste ciclo, as empresas do setor devem garantir a viabilidade econômica de um sistema de logística reversa. Neste sistema, os resíduos gerados — desde embalagens até eletrônicos que não funcionam mais — são encaminhados para um destino mais adequado, preferencialmente a reciclagem.
Com essas medidas, toda a montanha de lixo eletrônico gerada anualmente deixa de ir para aterros para ter o destino correto. Isso possibilita que ela se torne uma nova matéria-prima na produção de novos itens através da reciclagem.
Hoje em dia, as possibilidades para o descarte correto daquele eletrônico que não funciona mais são bastante claras. Mas há ainda alguns problemas quanto à infraestrutura desta rede de logística reversa. Em algumas regiões do país temos uma estrutura bem consolidada já, mas em outras, a reciclagem de eletrônicos é praticamente inexistente.
Porém, o que realmente falta é conhecimento da população sobre a importância de fazer a destinação correta deste tipo de material. Uma pesquisa designada "Resíduos eletrônicos no Brasil - 2021", realizada pela Green Eletron em parceria com a empresa Radar Pesquisas, mostrou isso.
Segundo dados da pesquisa, a maior parte dos brasileiros (87%) guarda algum tipo de eletroeletrônico sem utilidade em casa por mais de 2 meses e 25% da população nunca levou seus resíduos eletrônicos até um ponto de coleta.
Para mudar este cenário, o caminho já foi traçado pelo Acordo Setorial para a Logística Reversa de Produtos Eletroeletrônicos. Este acordo prevê que, de forma individual ou coletiva, as empresas instalem, gradualmente - de 2021 até 2025 -, mais de 5 mil PEVs nas 400 maiores cidades do país.
Associado a isso é preciso conscientizar a população sobre a importância de reciclar esses equipamentos. Para isso, a mobilização de todos é fundamental, desde o consumidor até as grandes empresas que podem se engajar neste tema tão importante.
Por fim, vale ressaltar: Provavelmente você tenha um eletrônico que não funciona mais na sua casa, se for o caso, entre em contato com a GM&C. Certamente vamos ajudar você, sua empresa, entidade ou município a destinar estes equipamentos da forma mais correta e ambientalmente positiva.
Quer saber mais sobre a reciclagem de lixo eletrônico? Então veja 6 exemplos de sucesso em práticas de logística reversa.