Meio ambiente e desenvolvimento econômico: como equilibrar estes cenários?

Chegou a hora de encerrar a dicotomia entre meio ambiente e desenvolvimento econômico. Algumas atitudes permitem isso.

Há centenas de anos observamos que o ser humano, na busca por “desenvolvimento”, tem provocado alterações no meio onde vive. Mas o problema é que este modelo de “desenvolvimento”, por muito tempo, raramente considerou o meio ambiente. Diante disso vale refletir: é possível equilibrar meio ambiente e desenvolvimento econômico em um mesmo negócio?

A resposta é clara e direta: é plenamente possível! Mais do que isso. É necessário.

Quando bem equacionado, o crescimento econômico continua permitindo aumento da renda e da qualidade de vida das pessoas, mas o desenvolvimento de um país (ou região) não deve ser medido apenas por esta métrica. As questões sociais e ambientais precisam também ser consideradas ao longo deste processo.

Esta proposta é, inclusive, uma das bandeiras das Nações Unidas, que chama a relação de simbiose entre meio ambiente e desenvolvimento econômico, de desenvolvimento sustentável.

Assim, para equilibrar este cenário, é preciso ponderar algumas mudanças, além da implantação de novos projetos e políticas públicas, como veremos no texto de hoje. Confira!

Relação entre meio ambiente e crescimento econômico: Cada vez mais latente na atualidade

Nos últimos anos temos acompanhado uma atenção crescente aos temas ligados à sustentabilidade. Uma sigla em especial chamou a atenção inclusive do mercado financeiro, foi o ESG (ou ASG em português). Este acrônimo se refere à práticas Ambientais, Sociais e de Governança, que devem ser observadas pelas empresas, para que demonstrem sua viabilidade no longo prazo. 

Sob esta ótica, as empresas estão sendo avaliadas de uma forma mais ampla e complexa, não focando mais apenas no lucro a curto prazo, mas em um desenvolvimento que garanta a melhoria do padrão de vida da população atual, com acesso às maiores exigências como saúde, transporte, educação e conforto, mas também que as próximas gerações consigam usufruir de todas essas necessidades.

Por isso, os modelos de negócio atualmente criados devem partir do princípio que não devemos utilizar nossos recursos naturais de forma indiscriminada, ou seja, quando pensamos no desenvolvimento econômico atual, devemos pensar no desenvolvimento das próximas gerações também.

Baseado neste propósito, muitas empresas e instituições já entendem a importância e necessidade de promover um equilíbrio entre a proteção do meio ambiente e o desenvolvimento econômico.

 

Porém, nem sempre foi assim!

Hoje em dia, a consciência ambiental de empresas e instituições é muito maior, mas por meio tempo essa preocupação com o meio ambiente praticamente não existia.

Nas últimas décadas, o desenvolvimento tecnológico da humanidade foi inigualável. No entanto, mais precisamente após o início da revolução industrial, vemos que todo o desenvolvimento foi extremamente danoso ao meio ambiente, com contaminação excessiva de solos, águas e ar.

Essa revolução trouxe como resultado três processos muito danosos ao meio ambiente:

  • Uso indiscriminado dos recursos naturais, que servem de matéria-prima para a fabricação dos mais diversos produtos;

  • Lançamento de elevadíssimos poluentes na natureza.

  • Precarização da mão de obra

Todo esse desenvolvimento acelerado do capital e a busca por maiores lucratividades fizeram com que a natureza passasse a ser cada vez mais devastada. Além disso, a mão de obra passou também a ser um recurso abundante e, infelizmente, como consequência, passou a ser pouco valorizada.

No Brasil, por exemplo, a busca pelo crescimento econômico foi constante durante o processo de industrialização e uso de terras agricultáveis. Mas o meio ambiente, apesar de ganhar destaque em jornais e revistas, era tratado como segundo, terceiro, quarto... Plano.

O interesse predominante era o de promover o desenvolvimento, sem se importar com a severidade dos impactos que estavam sendo gerados. Ao que parece, havia uma percepção de que teríamos  décadas para reparar o dano e a natureza poderia se regenerar indefinidamente.

Com base nisso, por muito tempo o capital sempre foi essencialmente destrutivo. Em nome do desenvolvimento econômico, ele coloca em risco a própria sobrevivência da espécie humana, destruindo o ambiente natural e comprometendo o equilíbrio do planeta.

Voltando para o cenário atual, temos acompanhado uma série de desastres naturais, os quais tem se tornado cada vez mais frequentes e de intensidades cada vez maiores. A temperatura do planeta não para de subir e, neste estado febril, vemos que o problema da poluição é, antes de tudo, um problema de ordem mundial que precisa envolver todos os elos da sociedade em geral.

Dessa forma, há a necessidade de criarmos variadas formas que sejam capazes de equilibrar meio ambiente e desenvolvimento econômico e que não fiquem apenas na dependência de interesses locais dos governos nacionais. É preciso agir!

 

Atitudes para equilibrar meio ambiente e desenvolvimento econômico

Alcançar o desenvolvimento sustentável pode parecer algo distante e caro para muitas empresas. No entanto, a adoção de um planejamento adequado permite obter bons resultados ambientais, sociais e econômicos.

Mas, antes de falarmos em atitudes mais sustentáveis, é essencial entender que o empresário está promovendo o desenvolvimento sustentável quando:

  • Planeja suas ações sempre com base no bem-estar dos funcionários;

  • É ético com seus clientes;

  • Utiliza da forma mais consciente possível os recursos naturais;

  • Realiza projetos que tragam economia financeira a longo prazo e que resultem em maior proteção do meio ambiente.

Sendo assim, as seguintes atitudes devem ser consideradas pelo empresário na busca pelo equilíbrio entre o meio ambiente e o desenvolvimento econômico:

 

1. Tratamento de resíduos industriais

Realizar o tratamento de resíduos industriais é fator essencial para proteger o meio ambiente e evitar desastres ambientais.

Por isso, o empresário deve respeitar as legislações mais rígidas, além de investir em ações de conscientização, com constante fiscalização para que os resíduos industriais sejam tratados e recuperados, evitando que sejam desperdiçados como rejeitos e enviados para aterros sanitários. 

 

2. Produção do mínimo de resíduos e redução do desperdício

Dentro das empresas, ações diárias são importantes e servem como exemplo para relembrar a necessidade de adotar práticas maiores. Elas podem começar pela simples redução de impressão de documentos (digitalizando processos) e substituição de copos plásticos descartáveis por canecas sustentáveis. 

Isto ajuda a criar uma cultura de combate ao desperdício, a qual deve ser fomentada para que todos os funcionários, cada um em sua área de atuação, enxergue oportunidades de melhoria e redução de perdas no processo.

Em um sentido mais amplo é essencial dar preferência por projetos e produtos que produzam pouco ou o mínimo de resíduo. Um exemplo é o uso de motores mais modernos, que exigem menos revisão e troca de peças, ou caldeiras movidas a biomassa, menos poluentes. 

Em outra ponta da inovação, algumas empresas têm revisado seus modelos de negócio, oferecendo serviços ao usuário, ao invés de apenas vender produtos aos consumidores, ou plataformas de compartilhamento de produtos, ao invés da posse única do bem. Este tipo de prática ajuda a otimizar o uso dos recursos, mantendo os materiais em seu mais alto valor, por um período prolongado.

 

3. Adote modelos de geração de energia limpa

Quando comparado ao resto do mundo, o Brasil é privilegiado quanto ao desenvolvimento e produção de energias limpas. Prova disso é que temos a matriz energética mais limpa do planeta.

Por isso, investir em energia solar, energia eólica e biomassa são fundamentais para manter o desenvolvimento econômico do país ao mesmo tempo que há redução da poluição gerada na produção.

Esta prática auxilia também a empresa a se blindar de eventuais aumentos de custos, como acompanhamos nos últimos anos, devido à escassez de chuvas. Existem empresas que oferecem serviços de gestão e eficiência energética, ofertando a venda de créditos de energia limpa, o que além de ser positivo para o meio ambiente, pode resultar em redução de custos para sua empresa.

 

4. Conheça e adote a reciclagem e a reutilização de materiais

No atual contexto mundial, onde temos observado a falta de matéria prima generalizada, preservar os recursos naturais e reciclar os materiais se torna uma necessidade (para não dizer uma exigência) para assegurar a competitividade das empresas. E, além disso, esta é uma das práticas ligadas também a um modelo de desenvolvimento mais sustentável.

Essas ações diminuem consideravelmente o rejeito gerado pelas empresas, aumentando a capacidade e a vida útil dos aterros sanitários. Além disso, geram novos empregos e renda para milhares de pessoas, podendo baratear custos em algumas áreas específicas, como é o caso da construção civil.

 

5. Invista em conhecimento

Por fim, a melhor forma para equilibrar o meio ambiente e o desenvolvimento econômico é a incessante busca pela informação e pelo conhecimento sobre o tema.

Um exemplo é a busca pelo conhecimento em processos de logística reversa de resíduos de eletroeletrônicos, caracterizada por apresentar processos bastante específicos, porém extremamente importantes.

Com isso, empresas, pessoas e governos conseguirão atuar de forma economicamente viável, socialmente justa e ambientalmente correta.

Diante disso, vemos que todos os dias surgem novidades sustentáveis no mercado! Algumas delas podem ser soluções simples, porém significativas para a sua empresa, outras exigem tecnologias e modelos de negócios específicos. Mas todas ajudam a equilibrar a relação entre meio ambiente e desenvolvimento econômico.

Para entender melhor a importância da relação de equilíbrio entre o meio ambiente e o desenvolvimento econômicocontinue acompanhando nosso blog.