O descarte inadequado de resíduos pode ocasionar em prejuízos ao meio ambiente, como contaminação de solo, lençóis freáticos e poluição do ar. No Brasil, predomina ainda a chamada “cultura do lixo”, diretamente ligada ao consumo desenfreado, uma vez que tudo o que adquirimos, tende a um dia virar material para descarte. Esses itens são facilmente jogados fora sem uma separação adequada para serem enviados à reciclagem.
Esse hábito ainda envolve a falta de interesse da população para a destinação correta de rejeitos. De acordo com a pesquisa Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, realizada pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o país produziu 78 milhões de toneladas de lixo apenas no ano de 2018.
Só na cidade de São Paulo, são 12 mil toneladas de lixo por dia, totalizando em 3,6 milhões de toneladas por ano. Os rios da capital paulista também sofrem bastante com os números. A Empresa Metropolitana de Águas e Energia (EMAE) divulgou que são retiradas quase 4 mil toneladas por ano no perímetro da Usina Elevatória de Traição do rio Pinheiros. Os números são assustadores e correspondem a mais de 400 caminhões lotados.
Além disso, outro estudo, feito pela Entidade Gestora Green Eletron em 2021, com a pesquisa Resíduos Eletrônicos no Brasil, apontou que o caso é ainda mais grave quando se trata do descarte de resíduos eletrônicos. Foram jogados fora 2 milhões de toneladas de equipamentos como celulares, computadores, pilhas e baterias no período, dos quais apenas 3% foram reciclados.
Muitos dos materiais descartados estão aptos aos processos de reciclagem, podendo ser devolvidos à indústria sem gerar danos ao ecossistema. Por exemplo, celulares e tablets danificados podem ser devolvidos nos postos de coleta específicos, a partir de onde são coletados e encaminhados para reciclagem para que seja feita a recuperação de diversos materiais. Assim, elementos potencialmente tóxicos de sua composição, como o chumbo e o cádmio, não contaminam nenhum local.
A quantidade de lixo gerada pela população é maior que o ecossistema consegue absorver sem danos, tendo como principais poluentes sacolas plásticas, papel e metal. Entre os impactos negativos estão a erosão, diminuição da fertilidade da terra para plantio e vegetação e problemas de saúde relacionados à contaminação.
Juntamente com os efeitos mais prejudiciais para degradação do meio ambiente, também citamos alguns exemplos mais práticos:
Um estudo feito pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária Ambiental (ABES) divulgado em 2020, detectou a internação de 40 mil pessoas com doenças relacionadas a falta de saneamento básico e má gestão da forma de descarte de rejeitos.
A longo prazo, situações ainda mais graves e difíceis de reverter podem ocorrer, como mudanças climáticas. Embora o aquecimento do planeta esteja muito associado ao desmatamento de florestas, resíduos descartados de forma inadequada também impactam para que isso ocorra.
Por exemplo, queimadas de materiais emitem dióxido de carbono, óxido nitroso e hexafluoreto de enxofre, gases que contribuem para o efeito estufa. Matéria orgânica em decomposição também libera gás metano, o que pode ser evitado através da compostagem.
Ao serem encaminhados para reciclagem, resíduos sólidos podem ser reaproveitados sem a necessidade de uma nova extração de matéria prima virgem, que geraria maior emissão de gases de efeito estufa no planeta.
Se o resíduo for feito de materiais não renováveis, ainda há o agravante de que esse não vai se regenerar, levando ao seu esgotamento e não atendendo as necessidades da população. Um exemplo de recurso não renovável é o petróleo, usado em veículos e na produção de plástico.
Para evitar o acúmulo de lixo e gerar mais bem-estar aos habitantes do planeta, hábitos podem ser adquiridos no cotidiano. A reciclagem dá um novo significado ao que antes era visto como lixo, reaproveitando materiais usados como matéria prima na fabricação. Quando reencaminhados para indústria, a economia continua circulando, mas dessa vez com um impacto mais positivo, que reduz muito os danos ao meio ambiente.
Desde 2010, está definido por lei que as empresas devem estabelecer normas em suas políticas para garantir o gerenciamento dos resíduos de suas atividades produtivas, buscando reduzir ao máximo a geração de rejeitos. Assim, são incentivados padrões sustentáveis de produção e consumo.
Hoje, a GM&C conta com mais de 15 mil pontos de coletas em todo o país, para garantir o descarte correto de eletrônicos e capacidade de processamento de até 17 mil toneladas do material. Já são mais de 19 anos de experiência em logística reversa e reciclagem de produtos eletrônicos, investindo em pesquisa e inovação para contribuir com a sociedade, diminuindo impactos ambientais.
O consumo consciente também é uma forma de contribuir com práticas sustentáveis. Uma pesquisa realizada pela agência de pesquisa norte-americana, Union + Webster e divulgada pela Fiep, apontou que 87% dos brasileiros preferem comprar de empresas com práticas sustentáveis, e 70% não se importam de pagar um pouco a mais por isso. Entre essas práticas consideradas pelos entrevistados estão a reciclagem, separação de resíduos e redução no consumo de energia.
Esses dados são otimistas, e mostram que a conscientização a respeito da importância do descarte correto de resíduos está cada vez maior. Para quem quer fazer a diferença, o benefício não é apenas para si e pessoas do seu convívio, mas também às gerações futuras, que não devem querer encontrar um planeta deteriorado para viver. Evitar resíduos descartados de forma inadequada é mais do que interesse individual, mas também uma ação coletiva.